domingo, 27 de fevereiro de 2011

Só fiz bobagens e me dei mal...


quando ouvi este louco coração de criança que insiste em não endurecer e se recusa a envelhecer.

Tenho aprendido que tudo tem jeito ,


o tempo é remédio pra tudo, vivendo e aprendendo.

E daí ?


Tá tudo errado mesmo, eu já não sei quantas das minhas decisões foram pensadas e quantas foram só impulso. Ele me diz que não é amor; fala que é medo isso que eu tenho, que eu jamais soube lidar com o fato de que as coisas que eu pintei como perfeitas pro mundo podem simplesmente não darem mais certo.

Não me prendo a nada que me defina !


Sou companhia mas posso ser solidão... Tranquilidade e inconstância, pedra e coração. Sou abraços, sorrisos, ânimo, bom humor, sarcasmo, preguiça e sono. Música alta e silêncio ! Serei o que você quiser, mas só quando eu quiser. Não me limito, não sou cruel comigo ! Serei sempre apego pelo que vale a pena e desapego pelo que não quer valer. Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato... ou toca, ou não toca !

Pedras no caminho?


Guardo todas, um dia vou construir
um castelo…

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Me senti visitando meu próprio cemitério .


Com amigos e amores mortos e enterrados. Pessoas que a gente desenterra de vez em quando pra ter certeza que fizemos a melhor escolha enterrando elas. Pessoas que a gente lamenta a distância, afinal, já foram tão importantes e.. será que não dá para começar tudo de novo e tentar acertar dessa vez ? Pessoas que a gente tenta se agarrar para não sentir que a vida caminha para frente e isso significa, ainda que muito filosoficamente, que um dia vamos morrer. Nossos amigos vão ficando para trás, nossos amores, nossos empregos, casas... um dia seremos nós a desaparecer. Mas a lição que eu aprendi é que não vale a pena consertar um carro pela décima vez. É mais fácil comprar um novo e fim de papo. Afinal, eu bem que tentei consertar meu relacionamento com algumas pessoas e só ganhei mais e mais poses e menos e menos verdades. Ainda que doa deixar pessoas morrerem, se agarrar a elas é viver mal assombrado.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Eu não quero promessas .


Promessas criam expectativas e expectativas borram maquiagens e comprimem estômagos. Não, não e não. Eu não quero dor. Eu não quero olhar no espelho e ver você escorrer, manchando minha cara bonita.

Eu comecei minha faxina .


Tudo o que não serve mais (sentimentos, momentos, pessoas) eu coloquei dentro de uma caixa. E joguei fora. (Sem apego. Sem melancolia. Sem saudade). A ordem é desocupar lugares. Filtrar emoções.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Em menos de dez minutos você se lembra de tudo .


Você se lembra o motivo ou os motivos que fizeram tudo se perder. E você se lembra que não é culpado e que, talvez, os outros também não sejam. Assim é a vida.
Você se lembra que o grande amor da sua vida. O maior. Aquele que você nunca superou. É o tipo da pessoa que faz questão de ficar a noite inteira longe de você só porque acha charmoso ficar longe de você e não porque queira ficar longe de você. Ele prefere ser descolado do que humano. E você lembra daquela sensação que sentia ao lado dele. De solidão profunda. E você percebe que a vida dele, que você tanto colocou no pedestal, pode ser um pouco boba ou até mesmo triste. Com carros que correm para esbanjar uma grana gasta com coisas sem amor, bilhetes de reclamação de barulho e amigos que ligam na madrugada achando que puteiro pode ser uma opção legal. Em minutos, você entende como ninguém o que te trouxe até aqui, tão longe dele.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Durante todos esses anos , eu vivi à margem das lembranças que tanto cultivei com ela .


Talvez porque a sua presença, mesmo em sonhos, possa me fazer querer mudar de idéia sobre a decisão que fiz. E eu não posso. Nós já fomos dois, nos apaixonamos e nos tornamos um, e hoje, depois de 7 longos anos, somos mais que isso, somos três: Eu, ela, e a família que ela tanto sonhou em ter e que eu, infelizmente, não tive chances ou tempo para dar.
Eu nunca saí de Wilmington, na Carolina do Norte e, mesmo que esteja longe disso acontecer, acho que vou morrer aqui, assim como meu pai. Mas, enquanto isso não acontece, me contento em surfar durante as tardes, para passar o dia. E, nas noites de lua cheia, eu ainda sento nas dunas para observar as ondas quebrando na beira da praia, sentindo o vento salgado açoitar meu rosto. E apenas espero o milagre acontecer sozinho. Porque eu sei que, em algum lugar em Lenoir, ela espera a lua ascender entre as nuvens e, pouco a pouco, inclina a cabeça para o céu, e seu cabelo loiro reflete o brilho das estrelas em cada uma de suas mechas, e eu quase posso vê-lo balançando com o vento e exalando o cheiro de grama recém - cortada e de cavalo molhado, e então, como se ansiasse por isso o dia inteiro, ela estica o dedão rente á grande esfera brilhante e fecha um dos olhos. E, mesmo que por instantes, eu sei que ela pensa em mim, assim como eu nela.

Amanhã pode ser tarde demais...


Ontem?... Isso faz tanto tempo! Amanhã?... Não nos cabe saber! E amanhã pode ser muito tarde... Amanhã pode ser muito tarde... Para vc dizer que ama, para vc dizer que perdoa, para vc dizer que desculpa, para vc dizer que quer tentar de novo... O seu amor, amanhã, pode já ser inútil. O seu perdão, amanhã, pode já não ser preciso. A sua volta, amanhã, pode já não ser esperada. A sua carta, amanhã, pode já não ser lida. O seu carinho, amanhã, pode já não ser mais necessário. O seu abraço, amanhã, pode já não encontrar outros braços. Porque amanhã pode ser muito... muito tarde! Não deixe para dizer amanhã: Eu amo você !
Não deixe para amanhã o sorriso, o abraço, o carinho, o trabalho, o sonho, a ajuda. Amanhã pode ser tarde... muito tarde! Amanhã, o seu amor pode não ser preciso. O seu carinho pode não ser mais percorrido. O seu amor pode ter encontrado outro amor. O seu presente pode chegar muito tarde. O seu reconhecimento pode não ser recebido com o mesmo entusiamo!

Menina pode acreditar, nas coisas que eu vou te dizer


Eu sou meio maluco mas agora pode crer que eu vou cuidar... de você. Não precisa mais sonhar, sem pressa deixa acontecer. Assim como você a noite ainda é uma criança que vai amanhecer... Vou levar você pras estrelas do céu do seu quarto, se você chorar vou te entender, vou te namorar...

(Starfix)

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Crescer significa uma coisa : Independência .


Todos a queremos. Às vezes usamos outras pessoas para ganharmos com isso. Às vezes, encontramos nos outros.
Às vezes, nossa independência vem ao custo de outra coisa. E esse custo pode ser alto. Porque frequentemente para ganhar nossa independência temos que lutar. Nunca desista, nunca se renda.

Não existem regras ,


só possibilidades!

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Perfeito pode ser um sorriso ...


pode ser viajar, ou ficar em casa; perfeito pode ser um momento, ou uma vida inteira; pode ser um beijo, um amor de muitos anos; perfeito sempre é o que não é esperado, ou o que é muito esperado; é o que você vê, ou o que não vê; perfeito pode ser ensaiado, ou improvisado, pode ser o doce ou pode ser salgado; perfeito pode ser uma palavra, ou um número; perfeito é tudo aquilo que nos faz bem e que sem saber porque a gente reconhece na hora! (:

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Às vezes , me basta... tuas palavras , que eu nem ouço...


Tua atenção, que existe só por necessidade tua de mim, é tão somente suficiente quanto tuas palavras lançadas sem motivo algum apenas para embalar-me em teus braços, quando insistes em me convencer que sou tua, que somos iguais, que o que vivemos é belo...
Mais do que desventuras, amor e desejo, teus braços, tua boca e teus beijos, tenho ambições que me consomem... suficientes para que nos reconhecessemos um no outro...
Bom saber que tenho você por perto !

Quer conquistar uma garota ?


Beije-a na testa.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Homens maduros são inesquecíveis .


Algumas têm a sorte de fisgar logo o primeiro coroa . Outras têm a sorte de continuar encontrando vários pelo mundo.

Ainda é , mesmo quando já foi


O amor não morre de pé. O amor morre deitado para confundir os cabelos e ousar de novo. O amor não é de onde nasceu. O amor é natural de onde morreu. O sofrimento é o contrário: morre onde foi parido. Morre sem trocar de cidade. Mesmo que seja maltratado, estiolado, reduzido a pó, o amor volta, regenera-se com facilidade. O amor tem pele de sobra nos olhos. No amor, a pele é a córnea. Quem ama não é capaz de morrer por um amor, é capaz de voltar a viver por um amor.
O amor perdoa o que Deus condenaria; o amor condena o que Deus perdoaria. O amor é imprevisível. Não tem lógica. Torna a presença imaginada ou torna a ausência real. O amor cria sua própria necessidade; não é uma obrigação, é uma opção. Não se é obrigado a amar, até é possível viver uma vida sem amor, mas não é possível viver o amor sem dar a vida em troca. O amor é encostar para dormir e ficar mais acordado ainda. O amor ilude, contraria, engana. É instável e machuca, abre ferimentos graves e invisíveis, confunde um pássaro com fruto e prende as patas em um caule, corta as asas como se fossem gomos, esvazia a casa, arruína a fé, cria os piores fiascos, infantiliza os joelhos, devasta o certo e o errado, inventa lugares para se esconder, quebra as lentes dos óculos, expulsa amizades, prepara escândalos, esconjura atrasos. Ainda assim é melhor do que o tédio. Ninguém se agride pelo tédio, pois ele anula qualquer vontade. O amor é como o rio, não deixa de barulhar represado de pedras. Sofrer é pouco ao amor. As lágrimas nunca serão fartas como a saliva. A saliva é a lágrima da alegria.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Não me deixe viver o que posso ,



que me seja permitido desaprender os limites.

Um dia você aprende


Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança ou proximidade. E começa aprender que beijos não são contratos, tampouco promessas de amor eterno. Começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos radiantes, com a graça de um adulto – e não com a tristeza de uma criança. E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, pois o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, ao passo que o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.
Depois de um tempo você aprende que o sol pode queimar se ficarmos expostos a ele durante muito tempo. E aprende que não importa o quanto você se importe: algumas pessoas simplesmente não se importam… E aceita que não importa o quão boa seja uma pessoa, ela vai ferí-lo de vez em quando e, por isto, você precisa estar sempre disposto a pedoá-la.
Aprende que falar pode aliviar dores emocionais. Descobre que se leva um certo tempo para construir confiança e apenas alguns segundos para destruí-la; e que você, em um instante, pode fazer coisas das quais se arrependerá para o resto da vida. Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias, e que, de fato, os bons e verdadeiros amigos foram a nossa própria família que nos permitiu conhecer. Aprende que não temos que mudar de amigos: se compreendermos que os amigos mudam (assim como você), perceberá que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou até coisa alguma, tendo, assim mesmo, bons momentos juntos.
Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito cedo, ou muito depressa. Por isso, sempre devemos deixar as pessoas que verdadeiramente amamos com palavras brandas, amorosas, pois cada instante que passa carrega a possibilidade de ser a última vez que as veremos; aprende que as circunstâncias e os ambientes possuem influência sobre nós, mas somente nós somos responsáveis por nós mesmos; começa a compreender que não se deve comparar-se com os outros, mas com o melhor que se pode ser.
Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que se deseja tornar, e que o tempo é curto. Aprende que não importa até o ponto onde já chegamos, mas para onde estamos, de fato, indo – mas, se você não sabe para onde está indo, qualquer lugar servirá.
Aprende que: ou você controla seus atos e temperamento, ou acabará escravo de si mesmo, pois eles acabarão por controlá-lo; e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa o quão delicada ou frágil seja uma situação, sempre existem dois lados a serem considerados, ou analisados.
Aprende que heróis são pessoas que foram suficientemente corajosas para fazer o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências de seus atos. Aprende que paciência requer muita persistência e prática. Descobre que, algumas vezes, a pessoa que você espera que o chute quando você cai, poderá ser uma das poucas que o ajudará a levantar-se. (…) Aprende que não importa em quantos pedaços o seu coração foi partido: simplesmente o mundo não irá parar para que você possa consertá-lo. Aprende que o tempo não é algo que possa voltar atrás. Portanto, plante você mesmo seu jardim e decore sua alma – ao invés de esperar eternamente que alguém lhe traga flores. E você aprende que, realmente, tudo pode suportar; que realmente é forte e que pode ir muito mais longe – mesmo após ter pensado não ser capaz. E que realmente a vida tem seu valor, e, você, o seu próprio e inquestionável valor perante a vida.

Você tem medo de se apaixonar


Medo de sofrer o que não está acostumada. Medo de se conhecer e esquecer outra vez. Medo de sacrificar a amizade. Medo de perder a vontade de trabalhar, de aguardar que alguma coisa mude de repente, de alterar o trajeto para apressar encontros. Medo se o telefone toca, se o telefone não toca. Medo da curiosidade, de ouvir o nome dele em qualquer conversa. Medo de inventar desculpa para se ver livre do medo. Medo de se sentir observada em excesso, de descobrir que a nudez ainda é pouca perto de um olhar insistente. Não suportar ser olhada com esmero e devoção.

Medo de ser engolida como se fosse líquido, de ser beijada como se fosse líquen, de ser tragada como se fosse leve. Você tem medo de se apaixonar por si mesma logo agora que tinha desistido de sua vida. Medo de enfrentar a infância, o seio que criou para aquecer as mãos quando criança, medo de ser a última a vir para a mesa, a última a voltar da rua, a última a chorar. Você tem medo de se apaixonar e não prever o que pode sumir, o que pode desaparecer. Medo de se roubar para dar a ele, de ser roubada e pedir de volta. Medo de que ele seja um canalha, medo de que seja um poeta, medo de que seja amoroso, medo de que seja um pilantra, incerta do que realmente quer, talvez todos em um único homem, todos um pouco por dia. Medo do imprevisível que foi planejado. Medo de que ele morda os lábios e prove o seu sangue. Você tem medo de oferecer o lado mais fraco do corpo. O corpo mais lado da fraqueza.

Medo de que ele seja o homem certo na hora errada, a hora certa para o homem errado. Medo de se ultrapassar e se esperar por anos, até que você antes disso e você depois disso possam se coincidir novamente. Medo de largar o tédio, afinal você e o tédio enfim se entendiam. Medo de que ele inspire a violência da posse, a violência do egoísmo, que não queira repartir ele com mais ninguém, nem com seu passado. Medo de que não queira se repartir com mais ninguém, além dele. Medo de que ele seja melhor do que suas respostas, pior do que as suas dúvidas. Medo de que ele não seja vulgar para escorraçar mas deliciosamente rude para chamar, que ele se vire para não dormir, que ele se acorde ao escutar sua voz. Medo de ser sugada como se fosse pólen, soprada como se fosse brasa, recolhida como se fosse paz.

Medo de ser destruída, aniquilada, devastada e não reclamar da beleza das ruínas. Medo de ser antecipada e ficar sem ter o que dizer. Medo de não ser interessante o suficiente para prender sua atenção. Medo da independência dele, de sua algazarra, de sua facilidade em fazer amigas. Medo de que ele não precise de você. Medo de ser uma brincadeira dele quando fala sério ou que banque o sério quando faz uma brincadeira. Medo do cheiro dos travesseiros. Medo do cheiro das roupas. Medo do cheiro nos cabelos. Medo de não respirar sem recuar. Medo de que o medo de entrar no medo seja maior do que o medo de sair do medo. Medo de não ser convincente na cama, persuasiva no silêncio, carente no fôlego. Medo de que a alegria seja apreensão, de que o contentamento seja ansiedade. Medo de não soltar as pernas das pernas dele. Medo de soltar as pernas das pernas dele.

Medo de convidá-lo a entrar, medo de deixá-lo ir. Medo da vergonha que vem junto da sinceridade. Medo da perfeição que não interessa. Medo de machucar, ferir, agredir para não ser machucada, ferida, agredida. Medo de estragar a felicidade por não merecê-la. Medo de não mastigar a felicidade por respeito. Medo de passar pela felicidade sem reconhecê-la. Medo do cansaço de parecer inteligente quando não há o que opinar. Medo de interromper o que recém iniciou, de começar o que terminou. Medo de faltar as aulas e mentir como foram. Medo do aniversário sem ele por perto, dos bares e das baladas sem ele por perto, do convívio sem alguém para se mostrar. Medo de enlouquecer sozinha. Não há nada mais triste do que enlouquecer sozinha. Você tem medo de já estar apaixonada.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

E a gente vive junto , e a gente se dá bem .

Não desejamos mal a quase ninguém .
E a gente vai à luta e conhece a dor,
consideramos justa toda forma de amor .

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Todos os amores são conchas vazias , todos os corações um dia são partidos .


Mas quando a gente encontra alguém pra deitar do nosso lado e contar estrelas com a gente, é como se uma pérola só nossa brotasse dentro da concha e fizesse a gente esquecer o escuro e a solidão. Eu sei que você tem medo e eu também tenho, mas a vida veio pra ser vivida e, se um dia roubarem a sua pérola tenha apenas uma certeza: você não vai morrer. E quando menos esperar outra pérola nasce. O nosso amor é burro, mas é bom. Quem escolhe se esconder dele por segurança não se machuca, é fato, mas também nunca conta estrelas de madrugada e nem, no final da vida, tem um colar de lembranças para contar.

... Ainda agora é nítido o som dos teus abraços nos acasos da minha pele ...


gostos que se misturam em meio às marcas dos beijos que te roubei.
Minhas mãos, ainda trazem o mapa da tua pele, tatuado em cores de entrega... e meus lábios ainda têm vontade dos teus, sedentos, percorrendo trilhas, criando atalhos, trêmulos em descobertas...

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

CA-NA-LHA !


É um defeito, mas nada mais delicioso do que ouvir de uma mulher: "CANALHA!"

Ser chamado de "canalha" por uma voz feminina é o domingo da língua portuguesa. O som reboa redondo. Os lábios da palavra são carnudos. Vontade de morder com os ouvidos. Aproximar-se da porta e apanhar a respiração do quarto pela fechadura.

Canalha, definitivo como um estampido, como um tapa. Não ser chamado de canalha pela maldade, mas por mérito da malícia, como virtude da insinuação, pelo atrevimento sugestivo. Não o canalha canalha, mas o ca-na-lha, sem repetição. Único. Irrepetível.

Não o canalha que deixa a mulher, o canalha que permanece junto. O canalha adorável que ultrapassou o sinal vermelho para levá-la. O canalha que é rude, nunca por falta de educação, para acentuar a violência do amor. Canalha por opção, não devido a uma infelicidade e limitação intelectual. Canalha em nome da inteligência do corpo.

O canalha. Como um elogio. Um elogio para dizer que é impossível domesticar esse homem, é impossível conter, é impossível fugir dele. Canalha como pós-graduação do "sem-vergonha".

Bem diferente de crápula, que não é sensual e define o mau-caratismo indelével, ou do cafajeste, alguém que não presta nem para ser canalha, de índole egoísta e aproveitadora.

Eu me arrepio ao escutar canalha. Um canalha que significa o contrário do dicionário. Nem perca tempo consultando o Aurélio e o Houaiss, que não incluem o sentimento da pronúncia. Estou falando do canalha que suscita aproximação, abraço, desejo. Um canalha que é um pedido de casamento entre as vogais.

Canalha funciona como uma agressão íntima. Uma agressão afetuosa. Uma provocação. Não se está concluindo, é uma pergunta. Canalha é uma interrogação gostosa.

Põe tarja rosa no lugar da preta. Canalha tem um equivalente.

Desembarcamos no ponto alto: se o canalha fosse mulher, seria SA-FA-DA. É o café cortado que faz par ao expresso. A pronúncia é igual. Aberta, com as vogais batendo três vezes nos dentes. Safada é o vodu da dicção. Alfineta a boca. Estala, como aldrava numa porta.

Quando o homem fala SAFADA, tem dificuldade para terminar. É derrotado pelo prazer. Prolonga ao máximo, como um guizo de uma cascavel. Depois de verbalizar, sente imediatamente uma saudade sonora.

Safada é expressão para morder, por mais que se queira lambê-la. Pode ser disparada no cantinho de trabalho ou numa roda de samba. É um elogio da malícia feminina, reconhecimento ao incontrolável temperamento. Com “sua” na frente é AVC. Não há como negociar prazos.

Repare: Sua Safada. O pulmão pede passagem. Mais consagração do que ofensa. Picardia na medida certa. Melodia que insinua e não limita o delírio.

Um sujeito somente diz quando reconhece que está sendo derrubado e nunca gostou tanto de ser masoquista. “Safada” é gritado como canalha. Ainda que num sussurro, ultrapassa o limite de 60 decibéis e deflagra a poluição sonora.

É um “não esperava” esperando. O cara restará idiota, com o rosto perplexo de quem pensa “nos conhecemos de algum lugar?” e não estraga o momento com essa pergunta. Traz uma autoridade milenar, um conhecimento secreto que não merecer ser revelado, muito menos questionado.

Safada é libertinagem ingênua, devassidão castiça. Safada é o que o homem encontrou para não entregar que está apaixonado.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

A pessoa errada


Pensando bem, em tudo o que a gente vê, e vivencia, e ouve e pensa,
não existe uma pessoa certa pra gente
Existe uma pessoa que, se você for parar pra pensar é,
na verdade, a pessoa errada
Porque a pessoa certa faz tudo certinho
Chega na hora certa,
Fala as coisas certas,
Faz as coisas certas,
Mas nem sempre a gente tá precisando das coisas certas
Aí é a hora de procurar a pessoa errada
A pessoa errada te faz perder a cabeça
Fazer loucuras
Perder a hora
Morrer de amor
A pessoa errada vai ficar um dia sem te procurar
Que é pra na hora que vocês se encontrarem
A entrega ser muito mais verdadeira
A pessoa errada é, na verdade, aquilo que a gente chama de pessoa certa
Essa pessoa vai te fazer chorar
Mas uma hora depois vai estar enxugando suas lágrimas
Essa pessoa vai tirar seu sono
Mas vai te dar em troca uma noite de amor inesquecível
Essa pessoa talvez te magoe
E depois te enche de mimos pedindo seu perdão
Essa pessoa pode não estar 100% do tempo ao seu lado
Mas vai estar 100% da vida dela esperando você
Vai estar o tempo todo pensando em você
A pessoa errada tem que aparecer pra todo mundo
Porque a vida não é certa
Nada aqui é certo
O que é certo mesmo, é que temos que viver cada momento, cada segundo
Amando, sorrindo, chorando, emocionando, pensando, agindo, querendo, conseguindo
E só assim é possível chegar àquele momento do dia
Em que a gente diz: "Graças a Deus deu tudo certo"
Quando na verdade
Tudo o que Ele quer
É que a gente encontre a pessoa errada
Para que as coisas comecem a realmente funcionar direito pra gente.
Nossa missão:
Compreender o universo de cada ser humano,
respeitar as diferenças,
brindar as descobertas,
buscar a evolução.
Quando a gente acha que tem todas as respostas,
vem a vida e muda todas as perguntas ...

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Não sou boa com números . Com frases-feitas . E com morais de história .


Gosto do que me tira o fôlego. Venero o improvável. Almejo o quase impossível.
Meu coração é livre, mesmo amando tanto.
Tenho um ritmo que me complica. Uma vontade que não passa. Uma palavra que nunca dorme.
Quer um bom desafio? Experimente gostar de mim. Não sou fácil.
Não coleciono inimigos. Quase nunca estou pra ninguém. Mudo de humor conforme a lua. Me irrito fácil. Me desinteresso à toa. Tenho o desassossego dentro da bolsa. E um par de asas que nunca deixo.
Às vezes, quando é tarde da noite, eu viajo. E - sem saber - busco respostas que não encontro aqui.
Ontem, eu perdi um sonho. E acordei chorando, logo eu que adoro sorrir...
Mas não tem nada, não. Bonito mesmo é essa coisa da vida: um dia, quando menos se espera, a gente se supera. E chega mais perto de ser quem - na verdade - a gente é.

Eu preciso saber


A recaída de amor acontece como num daqueles pesadelos que se está caindo. De repente você acorda sentado na cama: Meu Deus, eu preciso saber! Mas se eu já estava tão bem há semanas. Volte a dormir, volte a dormir. Você já tinha decidido lembra? Nada a ver com você, chato, bobo, não deu certo. Mas eu preciso saber. Não, não precisa. Pra quê? Vai te machucar. Não! Eu preciso saber. Então levanto da cama.
Facebook, a desgraça em formato de parquinho virtual. Nome dele, aparece a foto azulada e ele de perfil. É tão bonito. Mas não há mais nada que eu possa ver. Nos deletamos mutuamente pra evitar justamente esse tipo de inspecão noturna.
Mas isso não vai ficar assim. Ligo pra nossa amiga em comum. Ela não atende, afinal, são duas da manhã. Mando mensagem "me manda sua senha do Facebook agora ou vou ficar te ligando até amanhã cedo". Ela manda a senha e um palavrão. Acesso. Vamos ver. Eu preciso saber. Eu preciso. Então vejo que ele não posta nada há cinco semanas. Fotos, fotos. A única foto nova é o flyer de uma festa que eu fui e ele não estava. Nada.
Jogo o nome dele no Google. Aparece uma foto dele alcoolizado dando entrevista em uma festa de mídia. Como é lindo. Tento o Twitter mas ele só escreve piada de político. Tento o Facebook, Twitter e blogs de amigos. Está ficando tarde. Se eu tivesse essa mesma concentração e minuciosidade e empenho e energia para o trabalho estaria rica. Estou retesadamente motivada e atenta. Mas não consegui nenhuma informação e eu ainda preciso saber.
São seis da manhã. Estou cansada. Coloco a música de quando você forçou a porta do quarto e entrou. Black Swan. Não sou boa de inglês como você, mas sei que é a história de algo que já começou fodido porque cresceu demais antes da hora, você que pegue um trem e suma daqui. Que bela música pra começar. Ok, agora estou chorando. Lembrei que eu me sentia tão viva com você me olhando bem sério e bem no fundo dos olhos e machucando meu braço. Sim, é definitivamente uma recaída e eu acabo de decidir que te amo mais que tudo no universo e que amanhã, ou hoje, porque já são sete e meia da manhã, vou resolver isso. Agora preciso dormir só um pouquinho.
Volto pra cama. Coração disparado. Não tem posição na cama. O que eu faço? Não tô a fim de ler, não tô a fim de ver TV. Aquelas outras coisas que se faz pra acalmar tô com preguiça agora, minha imaginação está indo toda para traçar um plano para que eu descubra. Descubra o quê? Não sei, mas sei que algo está acontecendo, ou eu não estaria assim. Porque eu sinto quando ele está com alguém, sabe? Eu sinto. Sim! A cartomante!
Ligo pra Zuleide. Você atende hoje? Mas é domingo, Tati! Atende? Só se for por telefone. Tá bom, então joga aí: ele está com alguém? Mas Tati, você quer mesmo saber isso? Quero, mulher. Eu preciso saber. Joga aí: ele está com alguma puta? Tati, eu não posso perguntar isso pras cartas. Pergunta aí: ele tá com alguma piranhuda desgraçada vagabunda vaca dos infernos? Zuleide pede desculpas e desliga. Preciso do Lexapro mas ele acabou há semanas, igual meu amor. E agora, de repente, preciso tanto dos dois novamente.
Você acha que ele está com alguém? Não sei, Tati, eu ainda tô dormindo, posso te ligar mais tarde? Você acha que ele está com alguém? E se estiver, Tati, quer ir ao cinema mais tarde? Você acha que ele está com alguém? Putz, sei lá, homem sempre tá comendo alguém né? Você acha que ele está com alguém? Tati, do jeito que ele gostava de você? Claro que não!
Chega, chega. Preciso me acalmar. Pra que isso? Se ele estiver com alguém agora, e daí? Terminamos não terminamos? Ele e eu não temos nada a ver, certo? Decidimos que era melhor assim, certo? Eu não tava bem com ele e nem ele comigo, certo? Porque era bom e tal. Aliás, meu Deus, como era bom. Mas não era bom pra ficar junto, certo? Então pronto. Chega. Adulta, adulta. Qual o problema se ele estiver agora, justamente agora, lambendo a virilhazinha de alguma desgraçada? Qual o problema? Ok, eu posso morrer. Eu definitivamente posso morrer. Chega, vou acabar com essa palhaçada agora mesmo.
Tomo banho, me visto, pego a bolsa, entro no carro. Considerando que ele não mora em São Paulo, não sei exatamente o que eu pretendo com isso. Mas me faz bem enganar o cérebro e fazer de conta que estou indo atrás da verdade. Na verdade vou só na casa de outro, preciso fazer qualquer coisa que não seja sofrer, mas não consigo. O outro não conhece Black Swan, não ri da história da Zuleide, não me aperta o braço.
Volto pra casa, destruída. Sinto tanto amor dentro de mim que posso explodir e bolhas de corações vermelhas atingiriam o Japão. Quase não consigo respirar. Chega, chega. Ligo pra ele. Ele não atende. Ligo de novo. Ele atende falando baixinho. Você está com alguém? Estou. Desligamos. Pronto, agora eu já sei. Depois de um final de semana inteiro de palpitacões, descargas de adrenalina, músicas, textos, amigos, danças, gritos, sensações, assuntos, choros, dores, vida. Agora eu já sei.
O que eu nunca vou saber é porque faço tudo isso comigo só porque tenho tanto pavor do tédio. Era só isso o que eu precisava saber.

Saudade é solidão acompanhada ,


é quando o amor ainda não foi embora, mas o amado já...

Diálogo Chuck and Blair


Jack - Chuck !
Blair - Não ! Deus, seu idiota ! Não se surpreende alguém na borda de um prédio.
J - Chuck, desça daí. Vamos descer e aproveitar a festa.
Chuck - Eu estava na festa. Não estou muito a fim.
J - Chuck, seu pai não gostaria disso.
C - O querido papai ? Infelizmente, tudo que sei é o que ele não queria... Que era eu. Sou Chuck Bass ! Ninguém se importa.
B - Eu me importo. Não entende ? Estarei sempre aqui. Não quero que vá a lugar algum. Eu não suportaria. O que quer que queira fazer consigo mesmo, por favor, não faça isso comigo. Por favor.
C - Sinto muito.
B - Está tudo bem.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

O que importava é que descobriram que se vive de amor sim , mas que pra isso se sofre muito .


Eu choro e ouço todos dizendo passa, que vai passar. Mas esse é o problema, não quero que passe. Quero ser tua, quero que você seja meu. Quero poder sempre te amar e ouvir o quanto sou amada, quero poder acordar com você me enchendo de beijo ou simplesmente acordar pra ver o quanto é lindo você dormindo. Mas do meu lado, eu quero você do meu lado. Será que ninguém entende? Tudo bem, tem até uns carinhas legais me procurando por aí, mas nenhum deles sequer tem a capacidade de se parecer um pouquinho com você. Nenhum deles lembra seu jeito doce de encarar a vida e de me acalmar. Nenhum deles me faz rir como você faz. Agora vocês me entendem? Agora sabem porque eu choro? Porque não quero que passe. Eu quero poder acreditar que aquela sua jura de amor eterno é verdadeira.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Eu preciso sentir que você ainda sente ,


eu preciso que o seu coração dê um choque no meu, eu preciso saber que seu peito ainda aperta um pouco quando eu vou embora e se espalha como borboletas nas veias quando eu chego .

Um vento , uma brisa suave e várias tempestades num só lugar…

As palavras são assim: elas nascem e renascem na atmosfera dos sentimentos e se espalham nas interiodades que estão alheias ao verdadeiro significado das asas. Porém alguns versos são asas rabiscadas, ou desenhadas num guardanapo de papel e jogados ao vento na esperança de ser encontrado por alguém; não só encontrado, mas vivido e interpretado. As palavras voam, ficam suspensas na estratosfera de desejos e perdem-se nas asas da minha imaginação. Há dias em que elas são apenas versos soltos seguindo em direção a mesosfera. Em outros momentos, palavras de asas, sem penas, sem destino. Deixo ir até onde elas querem, não pergunte onde vão parar, porque acredito que se perdem no infinito. E onde é esse infinito? – Não sei! Palavras tem asas? Palavras voam, têm vida própria… E as respostas? Encontram-se mergulhadas em tempestades de final de tarde!


A primeira vez

Você sempre me disse que sua maior mágoa era eu nunca ter escrito um texto sobre você. Nem que fosse te xingando, te expondo. Qualquer coisa.
Você sempre foi o único homem que me amou. E eu nunca te escrevi nem uma frase num papelzinho amassado.
Você sempre foi o único amigo que entendeu essa minha vontade de abraçar o mundo quando chega a madrugada. E o único que sempre entendeu também, depois, eu dormir meio chorando porque é impossível abraçar sequer alguém, o que dirá o mundo.
Outro dia eu encontrei um diário meu, de 99, e lá estava escrito “hoje eu larguei meu namorado sentado e dancei com ele no baile de formatura”. Ele, no caso, é você. Dei risada e lembrei que em todos esses anos, mesmo eu nunca tendo escrito nenhum texto para você, eu por diversas vezes larguei vários namorados meus, sentados, e dancei com você. Porque você é meu melhor companheiro de dança, mesmo sendo tímido e desajeitado.
Depois encontrei uma foto em que você está com um daqueles óculos escuros espelhados de maconheiro. E eu de calça colorida daquelas “bailarina”. E nessa época você não gostava de mim porque eu era a bobinha da classe. Mas eu gostava de você porque você tinha pintas e eu achava isso super sexy. E eu me achei ridícula na foto mas senti uma coisa linda por dentro do peito.
Aí lembrei que alguns anos depois, quando eu já não era mais a bobinha da classe e sim uma estagiária metida a esperta que só namorava figurões (uns babacas na verdade), você viu algum charme nisso e me roubou um beijo. Fingindo que ia desmaiar. Foi ridículo. Mas foi menos ridículo do que aquela vez, ainda na faculdade, que eu invadi seu carro e te agarrei a força. Você saiu cantando pneu e ficou quase dois anos sem falar comigo.
Eu não sei porque exatamente você não mereceu um texto meu, quando me deu meu primeiro cd do Vinícius de Morais. Ou quando me deu aquele com historinhas de crianças para eu dormir feliz. Ou mesmo quando, já de saco cheio de eu ficar com você e com mais metade da cidade, você me deu aquele cartão postal da Amazônia com um tigre enrabando uma onça.
Também não sei porque eu não escrevi um texto quando você apareceu naquela festa brega, me viu dançando no canto da mesa, e me disse a frase mais linda que eu já ouvi na minha vida “eu sei que você não gosta de mim, mas deixa eu te olhar mesmo assim”.
Talvez eu devesse ter escrito um texto para você, quando eu te pedi a única coisa que não se pede a alguém que ama a gente “me faz companhia enquanto meu namorado está viajando ?”. E você fez. E você me olhava de canto de olho, se perguntando porque raios fazia isso com você mesmo. Talvez porque mesmo sabendo que eu não amava você, você continuava querendo apenas me olhar. E eu me nutria disso. Me aproveitava. Sugava seu amor para sobreviver um pouco em meio a falta de amor que eu recebia de todas as outras pessoas que diziam estar comigo.
Depois você começou a namorar uma menina e deixou, finalmente, de gostar de mim. E eu podia ter escrito um texto para você. Claro que eu senti ciúmes e senti uma falta absurda de você. Mas ainda assim, eu deixei passar em branco. Nenhuma linha sequer sobre isso.
Depois eu também podia ter escrito sobre aquele dia que você me xingou até desopilar todos os cantos do seu fígado. Eu fiquei numa tristeza sem fim. Depois pensei que a gente só odeia quem a gente ama. E fiquei feliz. Pode me xingar quanto você quiser desde que isso signifique que você ainda gosta um pouquinho de mim.
Minhas piadas, meu jeito de falar, até meu jeito de dançar ou de andar. Tudo é você. Minha personalidade é você. Quando eu berro Strokes no carro ou quando eu faço uma amiga feliz com alguma ironia barata. Tudo é você. Quando eu coloco um brinco pequeno ao invés de um grande. Ou quando eu fico em casa feliz com as minhas coisinhas. Tudo é você. Eu sou mais você do que fui qualquer homem que passou pela minha vida. E eu sempre amei infinitamente mais a sua companhia do que qualquer companhia do mundo, mesmo eu nunca tendo demonstrado isso. E, ainda assim, nunca, nunquinha, eu escrevi sequer uma palavra sobre você.
Até hoje. Até essa manhã. Em que você, pela primeira vez, foi embora sem sentir nenhuma pena nisso. Foi a primeira vez, em todos esse anos, que você simplesmente foi embora. Como se eu fosse só mais uma coisa da sua vida cheia de coisas que não são ela. E que você usa para não sentir dor ou saudade. Foi a primeira vez que você deixou eu te olhar, mesmo você não gostando de mim.
E foi por isso, porque você deixou de ser o menino que me amava e passou a ser só mais um que me usa, que você, assim como todos os outros, mereceu um texto meu.

Por mais disciplinada e responsável que eu seja , aprendi duas coisinhas que operam milagres .

Primeiro : a dizer NÃO . Segundo : a não sentir um pingo de culpa por dizer NÃO .